Títulos no profissional e base, conquistas no futebol feminino, visão inovadora e trabalho comunitário

Foto: Vinicius Valim/APN

A Academia Pérolas Negras (APN) é um clube que nasceu após a ONG Viva Rio, instituição que realiza trabalho social com a população das comunidades cariocas, visitar o Haiti, em 2004, através de um convite da ONU (Organização das Nações Unidas). Nesta missão de paz para interagir com os jovens das favelas de Porto Príncipe – capital do país – a Viva Rio decidiu utilizar a arte e o futebol. O sucesso alcançado com a prática na rua levou à ideia de criar um Centro de Treinamento de padrões profissionais, assim, teve início o projeto Pérolas Negras em 2009. O Pérolas chegou a quebrar com o terremoto ocorrido no Haiti em 2010, e começou a operar, de fato, em 2011. 

A história do Pérolas Negras no Brasil teve início em 2016, quando foi inaugurado o Centro de Treinamento em Paty do Alferes-RJ, onde ficou por três anos. até se transferir em 2019 para Resende, outra cidade da Região Sul Fluminense. 

Mantendo o trabalho social, o Pérolas têm em seu elenco jogadores refugiados da guerra no Haiti, são eles: o zagueiro Badio, o lateral-esquerdo Basquin, meia Garrinsha e o atacante Sadson, além do Supervisor da equipe, Jonathan Solon. 

Atuando no serviço comunitário, a Academia promove projetos em áreas do Rio de Janeiro tais como: Vila Aliança, Cidade de Deus, Queimados e Cantagalo. Além destes locais, o Pérolas possui núcleos instalados em Niterói (Cantagalo e Fonseca), Itatiaia (Vila Maia) e Resende (Serrinha do Alambari e Itapuca).


Futebol e conquistas


No futebol, a Academia Pérolas Negras vem ampliando seu espaço no cenário carioca e nacional. O clube tem equipe no profissional masculino, nas categorias de base e no futebol profissional feminino. Em 2016, o Pérolas disputou o Carioca Série B através da marca Audax-RJ, em 2017 se filiou à FERJ (Federação de Futebol do Rio de Janeiro) e 2018 chegou ao acesso da Série B2 do Carioca, além de ser campeão estadual sub-20. No ano de 2019, o Pérolas Negras criou uma rede de parceiros para formação infanto-juvenil. Em 2020, conquistou o título da Série B2 profissional masculino e garantiu acesso na Série B1 de 2021, enquanto a equipe profissional feminina disputou o Estadual Série A. Já em 2021, a Academia foi campeã da Copa Rio o que garantiu uma vaga no Brasileirão Série D em 2022 e também foi campeã do primeiro e segundo turno do Carioca Série B1 (Taça Maracanã e Taça Waldir Amaral), porém perdeu a final do estadual para o Olaria e não conseguiu o acesso para a série A2. Neste ano de 2022, o Pérolas se classificou para as semifinais do Carioca B1 (terceira divisão do Estadual) na 3ª colocação da Taça Maracanã, a fase de pontos corridos da Série B1. O time resendense teve um dos melhores ataques da competição com 18 gols marcados e a defesa sofreu 6 gols, e somou 21 pontos em onze partidas.

O primeiro jogo da semifinal contra o Serrano será no dia 5 de novembro, às 15h (de Brasília) no Estádio do Trabalhador, em Resende e a volta dia 12, no Atilio Marotti, Petrópolis, no mesmo horário. Para este confronto, o Serrano terá vantagem de decidir em casa e jogar por um empate no agregado. No fim, somente o campeão da B1 conseguirá o acesso à Série A2 de 2023.

O Cariocado entrevistou o presidente do Pérolas Negras, Rubens César Fernandes, que comentou sobre os objetivos do clube nessa temporada. 

Foto: Vinicius Valim/APN

"Nosso objetivo em 2022 é ser campeão no Carioca B1 e assim ganhar o acesso à categoria A2. Não será fácil, pois os times da B1 investiram bastante este ano e estão bem competitivos. Mas acredito que vamos conquistar este troféu." 

Sobre o time feminino que conseguiu acesso para o Brasileirão A3 feminino (terceira divisão) em 2023 – uma vaga inédita – Rubens César destacou.  

Foto: Vinicius Valim/APN

"O futebol feminino é uma força que cresce no mundo inteiro, também cresce nas nossas bases, nas comunidades que são os criadouros de talentos no futebol. É uma prioridade para nós. Nosso sonho é transformar o Médio Paraíba num polo do futebol feminino no Brasil." Ainda sobre o assunto, o presidente pontuou como é feita a captação das jogadoras "Temos nosso CT no município de Itatiaia. Elas estudam e tem apoio para seguir cursos superiores, além do Ensino Médio. Atraímos jogadoras de várias regiões do Rio e outros estados, destaque para as meninas da Cidade de Deus, formadas pelo Bom Esporte CDD". 

Na base, o sub-20 do Pérolas chegou à semifinal do Torneio Otávio Pinto Guimarães (OPG) em 2022, eliminou o Vasco da Gama nas quartas de final nos pênaltis, mas caiu para o Madureira, também na disputa de penalidades. O primeiro jogo entre Pérolas Negras e Madureira foi 0 a 0, na volta, empate por 1 a 1 e nas cobranças o time do Sul Fluminense saiu eliminado por (4x1). Destacando a base, Rubens frisou:

Foto: Vinicius Valim/APN

"Esta é uma outra prioridade do Pérolas Negras. Nove atletas do sub-20 participam do profissional este ano. São também um patrimônio do clube, que há de garantir o nosso crescimento futuro" 

Para finalizar, o presidente disse o que espera para os próximos anos.

"A Academia Pérolas Negras é animada por objetivos maiores. Contribuir para a renovação da indústria do futebol no Brasil. Tornar-se um Clube Empresa e o primeiro que tem as propriedades ESG, isto é, de impacto socioambiental e de excelência em gestão. Pretende também manter as suas marcas de origem no Haiti. Pés no chão e olhos no mundo."


Texto de Leandro Tavares

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