Divulgação: Americano FC
O Americano é uma das equipes que vão disputar a Seletiva da Série A do Campeonato Carioca, e para isso, conta com uma gestão que vem sendo vista como exemplo para os clubes do interior com menos recursos. Vagner Xavier, presidente do clube, e Luciano Portela, executivo de futebol, são dois dos principais nomes nessa estruturação da equipe que visa objetivos ainda maiores. Em entrevista cedida ao repórter Matheus Berriel da Folha 1, Vagner e Luciano falaram um pouco mais sobre o planejamento para o futuro. No curto prazo, o grande objetivo é a classificação para a fase principal do estadual, podendo retornar à elite do Campeonato Carioca e disputar a Taça Guanabara e Taça Rio.
Na entrevista para a Folha 1, a dupla de dirigentes deixou claro que esse projeto prevê uma tentativa de aproximação com o grande rival Goytacaz, com pequenas demonstrações já concretizadas através do empréstimo do zagueiro Jordan e do atacante Pepeu, que chegam ao Americano para a disputa da Seletiva. Segundo Luciano Portela, a rivalidade Goyta-Cano é muito importante e deve continuar dentro do campo, durante os 90 minutos das partidas. Para o diretor, é fundamental que fora das quatro linhas, haja uma relação amigável e próxima, como no empréstimo de jogadores quando for conveniente para ambas as partes.
Na mesma entrevista, o presidente Vagner Xavier deixa claro que não há interesse na fusão dos clubes, mesmo com defensores dessa hipótese há mais de 20 anos. Para Vagner, a ideia é a mesma de Luciano, em propor empréstimos benéficos para todos. A fusão, segundo o presidente do Americano, não é algo bom para ninguém, pois o novo clube nasce sem identificação, sem torcida, sem paixão. A história do Americano e Goytacaz, e também do Campos e Carapebus, não podem ser apagadas. Essa construção de identidade é um processo longo e a existência de clubes tão tradicionais possibilita que mesmo em um momento não muito bom, que haja sempre uma torcida fiel.
Vagner também disse que os empréstimos de Pepeu e Jordan, junto ao Goytacaz, foram analisados com base em critérios técnicos e na análise do comandante americano, Caé Cunha. Havia a possibilidade de outros jogadores virem, mas não era do interesse de ambas as partes.
Para além da movimentação de jogadores entre os clubes, o bom relacionamento entre a diretoria do Americano e a G7 Football Investment/Goyta, empresa que administra o Goytacaz, há também a possibilidade do Americano atue futuramente no estádio Ary de Oliveira e Souza, caso precise. As expectativas para a conclusão das obras no Godofredo Cruz é apenas para o final de 2021, então a diretoria do Alvinegro de Campos analisa possíveis cenários de onde o clube pode mandar seus jogos na Seletiva. As três opções principais são o Aryzão, o Ferreirão, em Cardoso Moreira, e o Moacyrzão, em Macaé, todos baseados em aluguel.
E o planejamento do Americano para 2021 não para. O clube permanece bastante ativo no mercado. Nessa quinta-feira (24) o zagueiro Espinho (29) retornou para a equipe, depois de uma grande passagem no Sampaio Corrêa, que conseguiu o inédito acesso à Primeira Divisão do Campeonato Estadual. E o zagueiro conseguiu também destaque individual, sendo escolhido para a Seleção do Campeonato da B1, prêmio feito pelo Cariocado para homenagear os destaques individuais da competição. Com passagens pela Desportiva Ferroviária-ES, Serra-ES, Campos e Itaboraí, o atleta também conta com mais de 14 anos de Americano, desde as categorias de base, até a subida para o profissional, dentre todas as idas e vindas na carreira.
Texto de Hugo Lage
Matéria publicada em 26/12/2020 às 15:00