Foto: Pedro Conforte
A final da Taça Corcovado não ficou devendo para nenhum grande campeonato quando o assunto é emoção. Em uma partida em que as duas equipes lutaram até o fim pela vitória, quem levou a melhor foi o Maricá, que venceu o Laranja da Baixada nas penalidades máximas, após a partida terminar empatada em 0 a 0.
Além do Nova Iguaçu, o Maricá teve mais um adversário antes da bola rolar: o Covid-19. O clube teve vinte profissionais que testaram positivo para o vírus entre jogadores, membros da comissão técnica e o staff do time. Ficaram, à disposição no banco, apenas quatro jogadores. Dentre os jogadores infectados, estavam Júnior, Zuca, Léo Guerreiro, Sidnei, Bruninho, Thiago Andrade, Thiago Aperibé, Lucas Santos e Victor Silva. Esses dois últimos eram titulares da equipe. O técnico Marcos Alexandre também foi outro desfalque.
O Nova Iguaçu veio para a final da Taça Corcovado com um bom retrospecto. Em oito jogos, não perdeu nenhum e só tomou seis gols (5 na fase de classificação e um na semifinal contra o Duque de Caxias). E ontem não foi diferente. O time laranja empatou, não levou gols, mas perdeu na disputa de pênaltis.
O jogo começou bem movimentado. Abuda chegou com velocidade, mas acabou sendo cortado pela defesa do Maricá. No decorrer do jogo, ao mesmo tempo que o Nova Iguaçu criava chances, se defendia muito bem, mas em alguns momentos, até deu sustos.
Aos 6 minutos, o Maricá tentou a infiltração na área pela direita, com Badola. Ele se chocou com o zagueiro Neuhaus, foi ao chão, mas o juiz mandou o jogo seguir.
Aos 12, o Maricá teve duas tentativas em cruzamentos pela esquerda. Na primeira bola cruzada, a defesa do Nova Iguaçu afastou. Na segunda, Luis Henrique saiu bem pelo alto e ficou com ela.
O Maricá teve uma falta aos 13: Paulo Henrique bateu na área, Neuhaus cabeceia, mas a bola sobre e na sobe e na sequência o goleiro do Nova Iguaçu afasta de soco.
Aos 28 minutos, o Nova Iguaçu teve uma boa chance com Carlinhos, que ao invés de cruzar, preferiu finalizar sozinho. Já aos 32, uma grande chance em cobrança de falta: Canela bateu, mas Julio Cesar, do Maricá, defendeu.
Aos 35, o primeiro susto do time laranja: em recuo de bola, Raphael Neuhaus cabeceou para Luís Henrique. Um recuo perigoso, no qual alguma falha poderia ser fatal. Mas o experiente goleiro do time da Baixada foi muito seguro. Esse mesmo lance se repetiu no segundo tempo, com a mesma dinâmica e os mesmos personagens.
Aos 43, Leonardo quase ampliou, mandando um balaço que tinha endereço certo, mas que só não entrou porque Julio Cesar, do Tsunami da Região Oceânica não deixou.
E no final da primeira etapa, o Nova Iguaçu passou a ter muita pressão, mas o time, valente, aguentou. À essa altura, o jogo estava indo para os pênaltis.
A segunda etapa foi tão eletrizante (na verdade até mais) que a primeira. Logo no começo, o Maricá levou perigo com Walber, que chutou de longe, e Luis Henrique, atento, fechou o gol. O mesmo Walber resolveu finalizar de novo de fora da área aos 13 minutos, só que dessa vez mandou por cima do gol.
E assim como na etapa inicial, o Nova Iguaçu levou perigo, em especial nas bolas paradas. Mas a zaga também esteve atenta a cada finalização do Maricá, que na segunda metade do jogo, teve mais dificuldades para criar jogadas de ataque e adotou uma postura mais defensiva para tentar sair no contra-ataque.
No Laranja da Baixada o treinador Hermes Júnior fez algumas mexidas que deixaram o time iguaçuano mais ofensivo, porém o time chegava com muita dificuldade ao gol.
Aos 30 minutos, um susto: após cobrança de escanteio, Raphael Carioca acabou acertando uma cabeçada em um adversário, mas tudo se resolveu e transcorreu bem.
O tempo passava e o Nova Iguaçu queria a todo custo evitar a disputa de penalidades. Aos 38 minutos, Raphael Carioca cabeceou de novo, mas a zaga do Maricá, afastou mais uma vez.
O Maricá teve uma boa chance numa bola parada aos 40. Paulo Henrique fez o lançamento para a área mas Raphael Neuhaus afastou de cabeça.
Aos 49 minutos, a melhor chance do Nova Iguaçu: Dieguinho, que entrou na segunda etapa no lugar de Gustavo até tentou finalizar, mas a bola foi para fora. Mais um lance que foi desperdiçado pelo nervosismo deste segundo tempo.
E assim, o jogo foi para a disputa de penalidades:
Do lado do Nova Iguaçu, Anderson Künzel, Dieguinho e Luã Lúcio converteram. Já Raphael Neuhaus e Marquinhos desperdiçaram.
Os cobradores do Maricá tiveram um excelente aproveitamento: Paulo Henrique, Dreivison, Guilherme e Badola acertaram todas as cobranças no gol, garantindo o título do time da casa por 4 a 3 nos pênaltis.
O Maricá que conquistou com muito raça e superação seu primeiro título profissional, vai enfrentar o Sampaio Corrêa no mata-mata decisivo da Série B1 do Campeonato Carioca. O clube maricaense tem a vantagem do empate nos dois jogos, assim como o Nova Iguaçu, que tem o Duque de Caxias como adversário na semifinal geral. As partidas das semifinais ocorrem neste sábado (5) e na próxima quarta-feira. (9)
Texto de Pedro Sodré e Luiz Nascimento
Matéria publicada em 03/12/2020, às 17:00